Objectivo do Blog

Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



domingo, 29 de janeiro de 2012

Portugal e o estrangeiro

Estrangeirismos

Porque gostamos tanto de palavras estrangeiras, especialmente do inglês e francês? Porque lhes atribuímos maior credibilidade que ao Português? Como conseguir valorizar o que é nosso se em parte a cultura valoriza o que é do estrangeiro?
Conferências com um nome estrangeiro são melhores, ilustres nomes estrangeiros são melhores, apelidos estrangeiros são mais importantes, entre outros aspectos que denunciam a valorização do que é exterior. Já é antiga esta visão da importância do estrangeiro e da ideia de que o que vem de fora é melhor. Não conheço outras culturas mas a nossa tem este pressuposto enraizado e como que inconscientemente sem darmos conta fazemos uso. Sem nos apercebermos, é uma espécie de orgulho ferido que todos os dias nos assalta e provoca dissonância cognitiva entre o que somos e o que gostaríamos de ser. Porque Portugueses somos todos nós e cada um contribui para Portugal nas diversas áreas de especialidade (desportistas, médicos, biólogos, engenheiros, empreendedores, gestores, etc.). Cada um na especificidade da sua profissão pode fazer mais por Portugal e ter orgulho em ser Português.

Cultura geral e especialização proveniente da profissão

Esta percepção de pertença a um grupo falha em muitas pessoas e acaba por não ser promovida pelo meio envolvente, podendo advir da falta de cultura nomeadamente da história de Portugal, das conquistas dos portugueses e de exemplos de portugueses bem-sucedidos. Por um lado, com a azáfama do dia-a-dia deixa de existir tempo para promover a cultura geral e por outro, querendo pessoas cada vez mais especializadas em determinada área existe o dilema entre saber de tudo um pouco e especializarmo-nos numa área especifica de conhecimentos.
Em Portugal e provavelmente noutras culturas, parece existir este dilema entre a importância da cultura geral e a importância da especialização. Quando estamos na Universidade temos a possibilidade de nos especializarmos na área que escolhemos e mais tarde ainda especializamo-nos numa área mais próxima com o contexto que queremos trabalhar e vamos cada vez mais afunilar o nosso leque de conhecimento para uma determinada área. É bom ter cultura geral e saber o que se passa à nossa volta mas quanto mais especializados estivermos em determinada área, mais afunilado é o nosso mundo e menos atenção damos a outras áreas distintas.
Supostamente isto estaria tudo relacionado e as pessoas deviam por si mesmas ter prazer de aprender, ainda assim a nossa cultura através dos testes e avaliações desvaloriza em parte este prazer de aprender para valorizar o prazer de tirar bons resultados. Se assim é, e voltando ao assunto inicial, aquilo que dá prazer não é tanto o conhecimento geral sobre muita coisa e sim um conhecimento especifico para adquirir bons resultados.
O politico sabe de politica, o advogado de leis, o médico de saúde física, o psicólogo de saúde mental, o vendedor de relações interpessoais e por aí em diante. Se assim fosse, se cada um apenas se especializa-se numa área e se fosse bom no que faz existiria maior facilidade em tornar o mundo eficiente.
No entanto, depois desta especialização e da falta de cultura geral não existindo um verdadeiro sentimento de pertença a Portugal em muitos casos existem emigrações e noutros casos quando verdadeiros especialistas permanecem em Portugal não existe a percepção de serem reconhecidos (tanto quanto se estivessem no estrangeiro), gerando um ciclo vicioso como que desvalorizando o que é feito cá e as pessoas que a Portugal pertencem.

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