Objectivo do Blog

Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Relação entre saúde e casamento



Burman e Margolin (1992) são dois dos autores mais importantes no estudo da relação entre a saúde e o casamento tendo referido que a saúde se encontrava positivamente relacionada com o casamento. Schoenborn (2004) refere que até quando existe uma condição de desfavorecimento a nível económico, existe uma relação favorável para o casamento ao nível da condição de saúde dos envolventes. Segundo estudos nesta área, existem 5 processos responsáveis pela correlação positiva entre o casamento e a saúde:
  1. Efeito de selecção em que é permitido à pessoa escolher o seu par e por conseguinte, escolher uma relação em que ambos os envolventes têm saúde mental ou onde existe uma relação que é construtiva
  2. Efeito de protecção relacionado com a promoção da saúde, isto é, o casamento provoca a adopção de comportamentos adequados por parte dos dois nomeadamente ao nível dos hábitos alimentares, tabagísticos e na promoção de saúde física e mental
  3. Suporte social de ambos os envolventes
  4. Recursos económicos em que existe a partilha
  5. Excesso de peso/obesidade, uma vez que quando em contexto de casamento existe uma tendência para uma melhor alimentação e cuidado com o aspecto físico quer seja por imposição do próprio, quer por imposição de um dos conjugues
No entanto, os benefícios deixam de existir quando existem conflitos no casamento, aumentando a probabilidade de stress crónico e consequentemente, diminuindo a imunidade natural. Pelo que, Glen e Weaver (1981) referem que individuos solteiros são mais felizes por comparação com os indivíduos que têm um casamento infeliz. Kiecolt-Glaser (2003) acrescenta que existe maior probabilidade de divórcio quando existem níveis mais elevados de stress. Estes conflitos, existem em todos os casais e são normais, o que difere entre um casamento positivamente correlacionado com a saúde e um casamento que não o é, é o modo de lidar com os conflitos.
Assim, segundo Gottman (1992) nos homens o mecanismo desadequado para lidar com os problemas conjugais é "stone hall" que se caracteriza por uma postura de desligamento em que o homem tende a distanciar-se da conversa ainda que a mulher insista em desenvolver o seu ponto de vista, apesar de tudo, este pode ser um mecanismo de defesa do homem uma vez que geralmente são mais reactivos e esta pode ser uma forma de se tornarem capazes de lidar com a situação sem partirem para formas mais violentas. Neste caso, a solução passa por um desenvolvimento na capacidade de lidar com a resolução de conflitos de uma forma verbal. Nas mulheres, o mecanismo desadequado na forma como lidam com os problemas é a utilização de críticas.
Ainda assim, enquanto nas mulheres a saúde adquire-se com base num bom casamento, nos homens o facto de estarem casados basta para que exista a promoção da saúde. Markman (1993) defende que para a promoção de um casamento positivo deve evitar-se estas duas formas de resolução de conflitos e deve existir a possibilidade de veiculação de sentimentos negativos. Dawson (1991), Maier e Lachman (2000), Brown (2006) referem que a existência de benefícios para a saúde não ocorre apenas para os pais mas também para as crianças, sendo que a situação de divórcio não é tão prejudicial para as crianças quanto a situação de conflitos continuados por parte dos pais.
Contudo, um estudo elaborado pela Professora Doutora Maria Graça Pereira na Universidade do Minho analisou as diferenças entre universitários filhos de pais divorciados e filhos de pais não divorciados ao nível do estilo de vida, intimidade, ansiedade e depressão. Tendo verificado que existia uma correlação positiva entre crianças filhas de pais divorciados e a existência de comportamentos de risco.



Artigo baseado na I Conferência da Psicologia na Actualidade:
" Psicobiologia das relações intimas"- Professora Doutora Maria Graça Pereira

2 comentários:

  1. olá. gostei do post. também lá estive presente e esta palestra chamou a minha atenção pela actualidade e realidade. obgda.
    isa

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  2. Obrigada :)
    De facto foi uma palestra bem conduzida e com conteúdo bastante fundamentado, actual e interessante.

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