Objectivo do Blog

Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



Psicologia Criminal

Abordagem facilitadora dos casos juridícos

Nos Estados Unidos, apenas 1% dos casos são aprovados como defesa psiquiátrica. Mas, mesmo que não sejam condenados, os arguidos são obrigados a permanecer por período indeterminado num hospital psiquiátrico. Em Portugal, no entanto, muitos factores sociais que tornam o caso mediático, pessoais e monetários estão envolvidos e muitos dos casos são abordados de forma errónea desresponsabilizando os criminosos com uma doença do foro psiquiátrico. Gostava de conseguir perceber como é que um acto aparentemente irracional, corajoso e maldoso passa a ser obra não da pessoa mas sim da doença. Para mim, apesar de não ser perita nisso, parece que os testes que são feitos à posteriori dos crimes são demasiado direccionados para a resolução do caso com a atribuição de uma patologia o que é grave. A medida que os Estados Unidos propõem é a mais correcta. Ainda que não sejam presos, os arguidos devem ser bem acompanhados com uma abordagem correctamente direccionada por especialistas como psiquiatras e psicólogos e envolvendo todo o ambiente e família do arguido. Cada vez mais se assiste diariamente a crimes monstruosos que antigamente apenas asssitiamos nos filmes e que agora fazem parte dos telejornais, situação complicada e que deve ser alvo de uma reflexão profunda para perceber o que se anda a passar com a sociedade em geral. Deixou de existir responsabilidades, respeito, amor ao próximo, compaixão. Parece que de geração em geração, o superego está a ficar cada vez mais fragilizado e patológico. Uma das razões básicas é a própria falta de tempo para os pais educarem os filhos. Todos nós temos noção que somos cada vez mais ocupados e que caso o dia tivesse mais tempo ainda faríamos mais coisas até à exaustão. Os pais deixaram de ter tempo de o ser e pior que isso o cansaço contribui para que o pouco tempo que passam com as crianças não seja de qualidade. Muitos pais ao aperceberem-se disso reagem de forma inadequada e cedem aos filhos todos os caprichos e a criança começa a achar que têm o rei na barriga achando que podem fazer tudo que os pais estão lá sempre e que os defendem. As pessoas passaram a ser mal-educadas. Aquilo que começou com o colocar de lixo na rua ou o dizer de palavrões que não tiveram feedback negativo, rapidamente se alargou a outro tipo de comportamentos facilitistas que tornaram natural todos estes comportamentos aparentemente errados. Fruto desta sociedade consumista em que as pessoas trabalham imenso e pouco têm, deixam de ter tempo para aquilo que realmente importa. E se ao nível familiar as coisas pioraram, ao nível social também. Enquanto antigamente as crianças brincavam na rua e aprendiam valores como a cooperação, a ajuda mútua, o respeito e a competitividade saudável. Hoje, assiste-se a uma mudança nas brincadeiras em que aquilo que se dá à criança é jogos ditos didácticos mas onde a criança jogo sozinha o que inevitavelmente tira as próprias vantagens que o brincar de antigamente tinha. Muitos factores estão em jogo para a sociedade estar como está. Nos casos que existem actualmente de criminalidade estrondosa as pessoas preocupam-se com o caso e não com a verdadeira análise dele que a meu ver envolve a pessoa (p.e. motivos, história de vida, personalidade, posição actual na sociedade), o ambiente, a família, a sociedade. É importante perceber que estes crimes estão a crescer quer sejam eles violações físicas ou psicológicas, assassinatos ou outros. Há que perceber então a grande escala o que está a causar esta sociedade que anda a transformar-se e a pequena escala apostar na prevenção e promoção da saúde mental.