Gestão do tempo-Organização de prioridades

Com o início do ano lectivo, as responsabilidades aumentam e os momentos de lazer tendem a diminuir. Como tal, existe uma procura e reflexão acerca do modo como devemos gerir o nosso tempo para que sejam correspondidas as nossas expectativas em relação às várias esferas sociais a que pertencemos (ex: família, amigos, lazer, trabalho).
A nível prático pode pensar-se em economizar o tempo e a energia de várias formas, tendo sempre em atenção a organização e qualidade do mesmo. Por exemplo:

• Utilizar agendas e lembretes para uma organização a curto e a longo prazo
• Evitar a procrastinação (adiamento consecutivo de uma determinada acção)
• Estabelecer rotinas naquelas que são as tarefas diárias e necessárias (ex: comprar revista ao final do dia, visitar a família aos fins-de-semana)
• Ter consciência do tempo que ocupa cada tarefa
• Usar os ritmos biológicos a favor, isto é, no período mais produtivo (ex: manhã, tarde ou noite) executar as tarefas mais importantes e deixar as tarefas menos importantes para quando estamos cansados e sabemos que não temos tanto rendimento
• Estabelecer objectivos claros para o dia de trabalho e procurar executar claramente aquilo que foi planeado (excepto em situações em que ocorre um imprevisto considerado importante e a pessoa tem de reavaliar o calendário e lidar de uma forma mais flexível)
• Utilizar em proveito próprio as interrupção externas (ex: trânsito, pausas inesperadas) para fazer telefonemas, leituras ou relaxar
• Capacidade de dizer "não" a pequenas interrupções controláveis que provocam ansiedade, sentimentos de culpa e baixa sensação de auto-eficácia
• No final do dia reflectir acerca do que foi planeado e executado e acerca da eficiência e qualidade do trabalho.

Estas são formúlas práticas mas que não estão no cerne da questão pois muitas vezes mesmo executando estas pequenas dicas deixamos de ter eficiência na gestão do tempo. Isto acontece porque nem sempre se tem consciência daquilo que é verdadeiramente importante. As necessidades e exigências de uma pessoa podem não combinar com a personalidade e estilo de vida de outra, isto é, cada um tem as suas prioridades e como tal cada um deve organizar o seu tempo de forma distinta. Assim, uma das formas mais fáceis de gerir o nosso tempo é ter consciência das nossas prioridades.
Segundo McClelland, existem três tipos de necessidades motivacionais: necessidade de realização (motivação para a progressão e realização pessoal), necessidade de poder (motivação para a influência, prestígio e estatuto) e necessidade de afiliação (motivação para relações amigáveis, interacção e popularidade). Estas três necessidades motivacionais coexistem no mesmo sujeito e através das diferentes combinações (p.e. pessoa com grande necessidade de realização e baixa necessidade de poder e afiliação) vão ter diferentes impactos no comportamento. Assim, através do estabelecer de prioridades podemos orientar o modo como gerimos o tempo (p.e.uma pessoa com elevada necessidade de afiliação dará prioridade às interacções sociais e à sua popularidade, contrariamente a uma pessoa com elevada necessidade de realizaação que priveligiará o seu progresso e realização pessoal). Ainda assim, de acordo com o contexto e as interacções, estas três necessidades motivacionais sofrem alterações (p.e. em epóca de férias a necessidade de afiliação pode ser superior).