Objectivo do Blog

Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



terça-feira, 26 de julho de 2011

Diferentes personalidades ou doenças mentais?


Na nossa sociedade desde pequeninos que temos tendência constante para estereotipar tudo e todos. Existe a ideia que quando crescermos devemos ter uma carreira de sucesso, uma família e muitos amigos. Isto é o normal e aquilo que está fora deste padrão passa a ser tido como extraordinário e fantástico ou pelo contrário como alvo de patologias específicas. No primeiro caso, as pessoas são alvo de reportagens fantásticas e a comunicação social faz questão de nos demonstrar o modo como aquele caso é excepção à regra (p.e. mãe com um número de filhos acima da média, empresários de sucesso em pequenas empresas locais, uma pessoa com múltiplos talentos, um político que é simpático, um idoso que ainda é activo). No segundo caso, quando a mudança não corresponde às expectativas sociais pode ser alvo de patologias quando o médico não aceita a pessoa e sim os sintomas que apresenta. No livro "Como tornar-se um doente mental" o autor defende que uma doença só é definida como tal quando é persistente, ou seja, quando perante determinada situação ou problemática aquele indivíduo reage constantemente da mesma forma. Para mim, existem dois pontos fulcrais na determinação daquilo que pode ou não ser doença mental e que a distingue de traços de personalidade específicos: a felicidade da pessoa a que se refere e a segurança dos que a rodeiam e dela própria. Todas aquelas pessoas que ainda assim tenham comportamentos distintos daqueles que são aparentemente normais mas que se sintam bem e não prejudiquem ninguém, não devem ser consideradas doentes mentais (p.e. hippies). Tem de ser a terapia a adequar-se ao paciente e não o paciente a adequar-se à terapia. Cada vez mais somos abertos à diferença e cada vez mais damos a possibilidade desta existir. Ainda assim, no mundo da psicologia muitos são os casos em que uma criança activa é logo chamada de hiperactiva bem como outros casos. Sem se perceber a sua necessidade de o ser, quem o diagnostica como tal deixa de ver aquela criança e passa a vê-la como estereótipo da hiperactividade andante. É dificil de a perceber, é mais fácil catalogar e depois agir de acordo com o que os manuais sobre hiperactividade dizem. No entanto, apenas uma abordagem que contemple o meio familiar, social, emocional e a personalidade da criança podem definir aquela mesma criança. Levou anos a formar-se naquilo que é hoje, será que as pessoas se esquecem disso? É alguém inigualável e que teve inúmeros factores que actuaram sobre ela para ser aquilo que é hoje. Tal como a hiperactividade, muitas outras doenças do foro psicológico assim que passam a ser consideradas como doenças, deixa de existir a pessoa. É importante não cedermos a esta tentação do caminho mais fácil que é a patologinização e ter paixão por quem nos procura. Conhecer, investigar e encaminhar a terapia em torno daquele individuo e nunca em torno daquilo que conhecemos acerca de determinada patologia e que já sabemos independentemente de quem nos procura.

2 comentários:

  1. O autor, de seu nome Pio Abreu, é um conceituado psicólogo, que talvez mereça ver o seu nome mencionado quando citado. Acho interessante que, depois de o citar, tenhas sentido necessidade de o corrigir com a tua opinião...

    O resto do texto dá umas no cravo, outras na ferradura. Fica-se na mesma, ou mais confuso.

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  2. psicólogo não, psiquiatra.

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