Objectivo do Blog

Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



Psicologia Clínica

Diagnóstico diferencial- linha ténue entre o que é e o que aparenta ser



Li agora pela primeira vez o DSM com olhos de ver. Já tinha anteriormente lido alguns casos e pesquisado sobre algumas patologias. Mas desta vez algo de novo se passou, assim que comecei a ler, comecei a achar muitos das patologias como forçadas ou pelo menos possíveis em determinados momentos das nossas vidas. A meu ver, qualquer criança mais agitada pode ser apelidada de hiperactiva, qualquer pessoa pode ter sintomas de depressão durante algum tempo (segundo o DSM tem um período especifico para ser diagnosticado), qualquer um pode ter uma fobia sem que isso lhe seja prejudicial, na infância pequenos deslizes esquizofrénicos com alucinações em relação a um amigo oculto, a bipolaridade pode ser visível em certos dias da nossa vida e a nossa adaptação a diferentes pessoas e ambientes como uma forma de múltipla personalidade. Considero que nalgum período da vida e perante a reacção a determinada situação, ambiente ou pessoa póssamos aparentar determinada patologia se no momento consultarmos um psicólogo, o que é grave. Apesar de tudo, cada vez mais é feita a consciencialização dos erros a que os psicólogos estão sujeitos e cada vez mais se aposta numa actuação com o máximo de sintomas possível e o máximo de responsabilidade na decisão que se está a tomar. Afinal, aquela pessoa que a nós recorreu, perante um episódio que de alguma forma é gerador de mal-estar, verá no diagnóstico e na forma de relacionamento que temos com ela um modo de resolver o problema e tomará muito mais atenção ao que lhe diagnosticamos e terá um impacto enorme na sua vida.
  • Um dos estudos mais interessantes acerca dos diagnósticos diferenciais foi feito por Rosenhan (1973) onde o investigador e alguns colaboradores ao indicarem ouvir vozes tentaram ser admitidos em vários hospitais psiquiátricos e conseguiram. Depois de estarem internados e de referirem que já não ouviam vozes permaneceram em media 19 dias (dependendo dos hospitais, variava dos 7 aos 52 dias de permanência).
  • O estudo de Langer e Abelson (1974) também é bastante curioso. Estes dois estudiosos, colocaram em análise as atribuições causais de uma mesma pessoa em situação de candidata a um emprego ou em situação de paciente e verificaram que existia uma grande diferença. Na situação de paciente os sintomas psicopatológicos estariam sempre presentes. Assim, aquilo que na situação de candidato a emprego poderia ser simpático, classe media, competente, responsável. Na situação de paciente poderia ser tenso, dependente, defensivo, entre outros.
Todos os psicólogos assim que um paciente entra no consultório estão sujeitos a este tipo de analise mais patológica da pessoa. Por diversos motivos, o psicólogo está pronto para analisar psicologicamente aquele sujeito, atribuindo todo e qualquer comportamento ou atitude à sua personalidade. Isto deixa-me pensativa. Para mim, o objectivo de um psicólogo é criar um bem-estar a nível psicológico e contribuir para que a pessoa venha a sair de lá mais leve. Mas este paralelismo prova precisamente o contrário, invés da pessoa sair mais leve, pode sair com uma patologia que ainda que não seja divulgado o nome, há sempre uma condução das consultas nesse sentido. Não pretendo ser assim, ainda que o caminho mais fácil seja esse. Para mim, desde sempre foi mais importante prever e acima de tudo promover a saúde mental desde a infância, assim evitar-se-ia na adolescência problemáticas e em adultos as patologias. De modo algum as pessoas que tenham as condições para ser mentalmente equilibradas são totalmente equilibradas. Mas, penso que uma boa base trará com certeza uma influência na resolução dos problemas com que se deparam ao longo da vida. Caminhamos para a prevenção e para a promoção da saúdemental, os hospitais psiquiatricos cada vez estão mais próximos da comunidade e estão mais preocupados em melhorar o bem-estar. Assim, acredito que vamos num bom caminho. O diagnóstico é positivo, tem as suas vantagens para conseguir o tratamento adequado mas deve ser usado com bastante precaução cientes da fragilidade daquele que nos procura e da importância que o seguimento das consultas através do tratamento lhe trará. Uma boa dose humana para mim basta. Mas, ainda assim, considero que há um longo caminho a percorrer, talvez até demasiado ideológico, ainda assim, vantajoso. O objectivo é perceber aquela pessoa em especifico e não apenas a patologia que apresenta.


Diferentes personalidades ou doença mental

Na nossa sociedade desde pequeninos que temos tendência constante para estereotipar tudo e todos. Existe a ideia que quando crescermos devemos ter uma carreira de sucesso, uma família e muitos amigos. Isto é o normal e aquilo que está fora deste padrão passa a ser tido como extraordinário e fantástico ou pelo contrário como alvo de patologias específicas. No primeiro caso, as pessoas são alvo de reportagens fantásticas e a comunicação social faz questão de nos demonstrar o modo como aquele caso é excepção à regra (p.e. mãe com um número de filhos acima da média, empresários de sucesso em pequenas empresas locais, uma pessoa com múltiplos talentos, um político que é simpático, um idoso que ainda é activo). No segundo caso, quando a mudança não corresponde às expectativas sociais pode ser alvo de patologias quando o médico não aceita a pessoa e sim os sintomas que apresenta. No livro "Como tornar-se um doente mental" o autor defende que uma doença só é definida como tal quando é persistente, ou seja, quando perante determinada situação ou problemática aquele indivíduo reage constantemente da mesma forma. Para mim, existem dois pontos fulcrais na determinação daquilo que pode ou não ser doença mental e que a distingue de traços de personalidade específicos: a felicidade da pessoa a que se refere e a segurança dos que a rodeiam e dela própria. Todas aquelas pessoas que ainda assim tenham comportamentos distintos daqueles que são aparentemente normais mas que se sintam bem e não prejudiquem ninguém, não devem ser consideradas doentes mentais (p.e. hippies). Tem de ser a terapia a adequar-se ao paciente e não o paciente a adequar-se à terapia. Cada vez mais somos abertos à diferença e cada vez mais damos a possibilidade desta existir. Ainda assim, no mundo da psicologia muitos são os casos em que uma criança activa é logo chamada de hiperactiva bem como outros casos. Sem se perceber a sua necessidade de o ser, quem o diagnostica como tal deixa de ver aquela criança e passa a vê-la como estereótipo da hiperactividade andante. É dificil de a perceber, é mais fácil catalogar e depois agir de acordo com o que os manuais sobre hiperactividade dizem. No entanto, apenas uma abordagem que contemple o meio familiar, social, emocional e a personalidade da criança podem definir aquela mesma criança. Levou anos a formar-se naquilo que é hoje, será que as pessoas se esquecem disso? É alguém inigualável e que teve inúmeros factores que actuaram sobre ela para ser aquilo que é hoje. Tal como a hiperactividade, muitas outras doenças do foro psicológico assim que passam a ser consideradas como doenças, deixa de existir a pessoa. É importante não cedermos a esta tentação do caminho mais fácil que é a patologinização e ter paixão por quem nos procura. Conhecer, investigar e encaminhar a terapia em torno daquele individuo e nunca em torno daquilo que conhecemos acerca de determinada patologia e que já sabemos independentemente de quem nos procura.

 Importância da imagem pessoal
A importância da imagem, por mais que sejamos humanistas, tem o seu impacto nas avaliações que fazemos dos outros. Desde a infância que começamos a ter preocupação com ela, inicialmente através dos nossos pais e posteriormente por nossa conta. Se somos meninas começamos por ter o estereótipo social de tomarmos conta da nossa imagem quer no que vestimos, quer no modo como nos posicionamos e naquilo que fazemos. No caso dos rapazes, existe a ideia do cuidado com a imagem mas ao mesmo tempo não passar demasiado cuidado mas sim o essencial. De facto, o poder da imagem inevitavelmente influencia aquilo que temos para dizer e mostrar ao mundo. Por muito talento que uma pessoa possa ter, caso não possua uma imagem que transmita bem-estar, saúde e seja apresentável, as oportunidades não abundam na sua vida. Cada vez mais há uma aposta nessa parte da nossa vida tendo esta impactos a nível da auto-estima, confiança, segurança, oportunidades de emprego, relacionamentos entre outros.
O livro "O Principezinho" de Antoine de Saint- Exupéry tem uma pequena parte da história alusiva a este tema quando o protagonista pretende fazer a apresentação do seu projecto de asteróides aos cientistas mas por estar mal vestido estes não lhe dão credibilidade. Assim que começou a ser obrigatório o uso do uniforme ele foi atendido. Esta importância da apresentação ocorre devido a um processo psicológico chamado de processo top-down de categorização. Este processo serve para que se consiga catalogar e categorizar o outro e permite-nos assim que conhecemos alguém criar uma estabilidade de determinados traços e prever os comportamentos.
Este é um tema de grande análise no mundo da psicologia e insere-se na formação de impressões. Estudos elaborados na área do comportamento humano referem que a impressão formada acerca da pessoa que conhecemos baseia-se na aparência e acções, no tom de voz e inteligência. Em poucos segundos as pessoas integram determinada pessoa numa categoria que para elas é significatica (p.e.intelectual, trabalhador, responsável ou irresponsável, pouco trabalhador, inseguro). Avaliamos quanto à classe social, situação financeira, personalidade e até o nível de sucesso. Facilmente se percebe que os comportamentos que vamos ter perante essa pessoa vão ser reflexo destas avaliações que fazemos.
 Muitos são os estudos em psicologia que demonstram a constância destas avaliações iniciais mesmo que posteriormente existam comportamentos que os contrariem. Daí a resistência que todos nós temos em aceitar a mudança, p.e. casos de violência domestica em que as vitimas acreditam que o agressor irá mudar. Existem várias areas que envolvem a imagem pessoal, irei falar apenas de algumas.
  • Terapias psicológicas onde a importancia da imagem é um dos primeiros passos da terapia. Em casos de depressão, distorção de imagem, baixa auto-estima, a aposta na imagem é extremamente relevante. Incentivar a pessoa a cuidar de si, a utilizar o modo de vestir como forma de ajudar a reflectir uma imagem psicológica mais positiva e dado o efeito pigmalião uma pessoa bonita e simpática recebe mais elogios e as pessoas são mais simpáticas com ela. No entanto, quando se fala em imagem pessoal não se fala apenas naquilo que vestimos mas tambem no modo como falamos, andamos, olhamos, a nossa postura e outros factores.
  • Coaching que aposta no marketing pessoal importante para a passagem da imagem que queremos para o mundo exterior e para obter aquilo que queremos
  • Marketing comercial em que os objectos publicitados quando associados a pessoas atraentes criam uma sensação de bem-estar que aparentemente está associada à pessoa em questão mas que rapidamente fica associada ao produto publicitado devido às mensagens sublimes relacionadas com o querer ser igual aquele icon de beleza, querer ser tão forte, tão bonito, tão elegante.

 Impactos da privação de sono
Tipos de sono
O sono é um estado de consciência complementar ao estado de vigília e é composto por dois tipos: sono nREM e sono REM:
  1. O sono nREM, que ocupa 75% so sono, é composto por 4 estádios: primeiro é um estádio caracterizado pela sonolência, o segundo pelo acto de dormir e o terceiro e quarto ocorre aquando de um sono profundo. Este tipo fisiologico de sono está envolvido nas funções de recuperação de energia.
  2. O sono REM(Rapid Eyes Movement), que ocupa 25% do nosso sono, é um tipo de sono paradoxal pois existe a nível electroencefalico uma intensa actividade e a nível motor uma atonia muscular ( perda do tônus muscular). Este tipo de sono está relacionado com a consolidação de memórias.
O sono diz-se eficiente quando existe um aproveitamento igual ou superior a 85% . Ao longo dos anos, o número de horas que o sujeito dorme é menor, sendo o sono REM, visivelmente decrescente ao longo do tempo.

Funções do sono
O sono tem impacto em três áreas distintas: biologica, cognitiva e emocional. A nível biologico está relacionado com a recuperação do corpo, recuperação da energia, reequilíbrio do sistema imunitário; a nível cognitivo associado à capacidade de atenção, vigilância, aprendizagem, memória; e, a nível emocional à irritabilidade e depressão do humor.
  • Avaliado através da escala VAS (Visual Analogue Scales) e POMS (Profile of mood states), Dinges e os seus investigadores em 1997 concluiram que o humor fica claramente afectado após a 7º noite a dormir em média 5 horas
  • Na Universidade de Columbia, em 2010, um estudo concluiu que adolescentes que dormiam menos de 5 horas por dia tinham maior probabilidade de sofrer de depressão, sendo cerca de 71% superior à da população geral.
Privação do sono
A privação do sono é a falta da quantidade ou qualidade de sono necessária por pessoa. Pode ocorrer por auto-imposição no caso da pessoa não dormir por vontade própria ou por imposições da sociedade (p.e. trabalho por turnos, prazos a cumprir). Em 2007, campeão mundial de privação de sono, Tony Wright, acompanhado por equipas médicas assinalou um record de 264 horas acordado. Um estudo elaborado nesse mesmo ano por Matthew Walker, do laboratório de sono e neuroimagem da Universidade de Califórnia, correlacionou a privação do sono com transtornos psiquiátricos. O autor deste estudo com publicação na revista "Current Biology" refere que "É como se, com a falta de sono, o cérebro ficasse com uma actividade mais primitiva. A privação do sono, segundo o autor, parece destruir mecanismos necessários para a saúde mental. Este conclui dizendo que o sono não é portanto um luxo e sim uma nessidade biológica imprescendível. Os sintomas associados à privação do sono são: irritabilidade, dificuldade de concentração, desorientação, supressão do sistema imunitário.

  • Estudos realizados em 2009 e 2010 demonstram isoladamente que uma noite sem dormir aumentava a impulsividade a estímulos negativos e diminuia a inibição da resposta
  • Anderson e Platten (2011), publicaram na revista Behavioural Brain Research um artigo intitulado "Sleep depravation lowers inhibition and enhances impulsivity to negative stimuli" relacionado com duas variáveis essenciais: tempo de resposta a estímulos negativos e tipo de resposta (certa ou errada). Verificaram que a privação do sono não só aumenta a nossa vontade de responder perante os estímulos negativos como aumenta o número de respostas erradas perante um estímulo percepcionado como negativo pelo sujeito.
Os impactos da privação do sono podem ser muito graves, aponto a segurança rodoviária, a tomada de decisões, o controlo da impulsividade de crianças em idade pré-escolar e a execução de diagnósticos erróneos de doença mental (nomeadamente depressão, confusão mental, agressividade excessiva).

Influência dos genes, ambiente e comportamento na personalidade



 Personalidade

A personalidade é caracterizada por um conjunto de características mais ou menos estáveis que influênciam os aspectos cognitivos, afectivos e comportamentais do indivíduo. De acordo com as diferentes perspectivas, as escolhas das dimensões de julgamento da personalidade variam.

  •  Erikson, defensor da teoria psicossocial do desenvolvimento, refere 8 estágios de desenvolvimento da personalidade. Segundo este autor, cada estágio contribui para a formação da personalidade total e caracteriza-se por uma crise básica. Os quatro primeiros que decorrem durante a infância e adolescência são confiança/desconfiança (0-18 meses), autonomia/dúvida e vergonha (18 meses aos 3 anos), iniciativa/culpa (3 aos 6 anos), mestria/inferioridade (6 aos 12 anos). Os últimos três que ocorrem na idade adulta e velhice são identidade/confusão de identidade (12 aos 20 anos-adolescência), intimidade/isolamento (20 aos 35 anos), generalidade/estagnação (35 aos 60 anos) e integridade/desespero (a partir dos 60 anos).
  • Psicanálise que fornece um sistema de descrição estrutural e dinâmico que integra as instâncias psíquicas ego, super-ego e id
  • Behaviorismo e antropologia cultural que insiste na importância da educação
  • C.G. Jung, refere ser a introversão-extroversão a dimensão fundamental

Genes, ambiente e comportamento
Muitas vezes, dentro da mesma família existem traços psicológicos (características da personalidade ou patologias mentais) que parecem persistir ao longo das gerações e que quando comparados com a população geral aparecem em maior frequência, no entanto tal não é suficiente para afirmar que têm origem hereditária.
O ser humano sendo um ser imaturo à nascença possui uma pseudohereditariablidade que permite a influência do ambiente na sua formação. Assim, uma criança nasce inacabada e acaba de se formar tendo em conta as estimulações ambientais que lhe são propostas. Actualmente, os biólogos, consideram sensato dizer os transtornos mentais e os traços psicológicos se devem à interacção dos genes com o ambiente pelo que o fenótipo é a junção de factores ambientais e educacionais a factores de ordem genética.
Para os psicólogos este é um passo importante pois dado o carácter inacabado do ser humano existe plasticidade suficiente para criar ambientes mais saudáveis e harmoniosos. Os factores genéticos passaram a ser apenas predisposições e um ambiente favorável pode promover o desenvolvimento equilibrado.
Como conclusão, a genética/hereditariabilidade parece não ser determinante para o desenrolar da vida de uma pessoa e uma vez que não podemos cuidar os genes, podemos cuidar as condições ambientais ao qual o indivíduo está exposto.

Inteligência e genética
Heisenk referiu em estudos anteriores que cerca de 80% do QI estava relacionado com a genética e era disso que resultava a estratificação da sociedade ao nível da desigualdade de oportunidades. De facto, estudos anteriores revelavam que a hereditariabilidade tinha uma grande influência na determinação da inteligência de um determinado indivíduo. No entanto, tais estudos eram envoltos em vícios metodológicos que os invalidavam (p.e. estudos que correlacionavam os pais e filhos não só envolviam a genética como ainda factores de ordem educacional que não eram contabilizados; estudos com crianças filhas de pais adoptivos que revelavam falta de representatividade populacional). Actualmente, sabe-se que qualquer estudo que fomente a influência quer do ambiente quer da genética não tem validade científica.

Procura do psicólogo em crianças, quando se justifica


“A base para a saúde mental adulta é construída na infância...” (Winnicott, 1951/2002, p. 191)


Psicólogo
O psicólogo é um profissional que trabalha na área de saúde mental e pretende garantir o bem-estar pessoal e social de um determinado indíviduo. O seu trabalho caracteriza-se pelo diagnóstico e orientação de quem o procura. A entrevista é a primeira fase do processo de diagnóstico, nesta o psicólogo informa-se acerca daquilo que perturba o indíviduo, acerca da sua personalidade, da sua história pessoal e da história da família e pretende recolher o maior número de informações possível para a correcta orientação. Para a avaliação pode ser positivo a utilização de determinados testes que ajudem na atribuição de um diagnóstico. Este é um processo gradual e que deve respeitar o indíviduo que procura o profissional. Quando existe o culminar de informações que permite chegar a um diagnóstico, o psicólogo utilizando a sua linha de análise e compreensão do caso, irá orientar a pessoa para a psicoterapia mais adequada naquele momento.

Procura do psicólogo em crianças
De um modo geral, quando uma criança apresenta um mal-estar físico os pais prontamente recorrem a um médico afim de averiguar do que se trata e proceder ao respectivo tratamento. No entanto, quando a criança parece ter um desiquilíbrio emocional os pais ficam reticentes em procurar ajuda. É comum que uma criança que apresente algum tipo de problemas ou algum padrão de comportamento tipificado como "anormal" segundo os padrões da população infantil a que pertence não seja alvo da mesma preocupação em consultar um especialista quanto as problemáticas ditas orgânicas ou biológicas. Os sentimentos de culpa dos pais, a ignorância do mundo interior da criança e o preconceito em relação ao trabalho de um psicólogo são resistências para os pais levarem a criança a um profissional e proceder-se à correcta orientação. Por outro lado, quando tomam a iniciativa e consultam um especialista na área, pretendem saber o diagnóstico exacto daquela criança. Muitas vezes a existência e divulgação precoce deste diagnóstico serve como forma de acalmar os pais mas pode trazer consequências na orientação. Catalogar alguém é sempre uma visão demasiado facilitista e pode ser geradora de diversos riscos, inclusivé o risco de não conhecer e compreender a verdadeira personalidade do indíviduo
.
Importância do diagnóstico precoce
Muitas são as problemáticas que a nível psicológico devem ser diagnosticadas precocemente para evitar a evolução e a existência de danos cada vez mais graves. O diagnóstico precoce e a importância de medidas preventivas são de extrema importância. Em situações iniciais a patologia parece não ser tão determinante, caso seja correctamente orientada. Apesar de considerar que muitas crianças têm uma excelente capacidade de resiliência (capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas) existem outras que podem não lidar da melhor forma com as situações problemáticas que ocorrem na sua infância. Por exemplo, situações de divórcio, privação dos cuidados maternos/paternos, morte de um familiar chegado, entrada na escola e consequente separação materna, entre outros. Cabe aos próprios pais avaliar até que ponto a criança consegue gerir todas as suas angústias e perceber a importância de uma ajuda especializada nos casos em que a criança está a lidar de uma forma que lhe é desconfortável