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Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



sábado, 13 de agosto de 2011

Influência dos genes, ambiente e comportamento na formação da personalidade



Personalidade
A personalidade é caracterizada por um conjunto de características mais ou menos estáveis que influênciam os aspectos cognitivos, afectivos e comportamentais do indivíduo. De acordo com as diferentes perspectivas, as escolhas das dimensões de julgamento da personalidade variam.
  • Erikson, defensor da teoria psicossocial do desenvolvimento, refere 8 estágios de desenvolvimento da personalidade. Segundo este autor, cada estágio contribui para a formação da personalidade total e caracteriza-se por uma crise básica. Os quatro primeiros que decorrem durante a infância e adolescência são confiança/desconfiança (0-18 meses), autonomia/dúvida e vergonha (18 meses aos 3 anos), iniciativa/culpa (3 aos 6 anos), mestria/inferioridade (6 aos 12 anos). Os últimos três que ocorrem na idade adulta e velhice são identidade/confusão de identidade (12 aos 20 anos-adolescência), intimidade/isolamento (20 aos 35 anos), generalidade/estagnação (35 aos 60 anos) e integridade/desespero (a partir dos 60 anos).
  • Psicanálise que fornece um sistema de descrição estrutural e dinâmico que integra as instâncias psíquicas ego, super-ego e id
  • Behaviorismo e antropologia cultural que insiste na importância da educação
  • C.G. Jung, refere ser a introversão-extroversão a dimensão fundamental
Genes, ambiente e comportamento
Muitas vezes, dentro da mesma família existem traços psicológicos (características da personalidade ou patologias mentais) que parecem persistir ao longo das gerações e que quando comparados com a população geral aparecem em maior frequência, no entanto tal não é suficiente para afirmar que têm origem hereditária.
O ser humano sendo um ser imaturo à nascença possui uma pseudohereditariablidade que permite a influência do ambiente na sua formação. Assim, uma criança nasce inacabada e acaba de se formar tendo em conta as estimulações ambientais que lhe são propostas. Actualmente, os biólogos, consideram sensato dizer que os transtornos mentais e os traços psicológicos se devem à interacção dos genes com o ambiente pelo que o fenótipo é a junção de factores ambientais e educacionais a factores de ordem genética.
Para os psicólogos este é um passo importante pois dado o carácter inacabado do ser humano existe plasticidade suficiente para criar ambientes mais saudáveis e harmoniosos. Os factores genéticos passaram a ser apenas predisposições e um ambiente favorável pode promover o desenvolvimento equilibrado.
Como conclusão, a genética/hereditariabilidade parece não ser determinante para o desenrolar da vida de uma pessoa e uma vez que não podemos cuidar os genes, podemos cuidar as condições ambientais que o indivíduo está exposto.

Inteligência e genética
Heisenk referiu em estudos anteriores que cerca de 80% do QI estava relacionado com a genética e era disso que resultava a estratificação da sociedade ao nível da desigualdade de oportunidades. De facto, estudos anteriores revelavam que a hereditariabilidade tinha uma grande influência na determinação da inteligência de um determinado indivíduo. No entanto, tais estudos eram envoltos em vícios metodológicos que os invalidavam (p.e. estudos que correlacionavam os pais e filhos não só envolviam a genética como ainda factores de ordem educacional que não eram contabilizados; estudos com crianças filhas de pais adoptivos que revelavam falta de representatividade populacional). Actualmente, sabe-se que qualquer estudo que fomente a influência quer do ambiente quer da genética não tem validade científica.

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