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Este blog pertence a uma estudante de psicologia e pretende ser um local onde são colocados textos das diversas áreas temáticas do mundo da psicologia. O seu conteúdo é uma análise pessoal dos diversos temas junto com pesquisas em livros, internet e material académico.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Desenvolvimento em crianças com problemas de desenvolvimento


Problemas de desenvolvimento
Miranda, Resegue, Consuelo e Figueiras (2003)* revelam que segundo os dados da organização mundial de saúde (OMS) no programa de acção mundial para as pessoas com deficiência, resolução 37/52 de 3 de Dezembro de 1982  na Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo menos 10% das crianças de qualquer país nascem ou desenvolvem problemas físicos, mentais ou sensoriais que irão interferir com o decorrer do desenvolvimento da criança. Segundo Marcondes (1991) citado pelos autores,“desenvolvimento é o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas”. Logo se existem problemas de desenvolvimento existe à partida uma inferência de que as crianças são assim e assim continuarão. Será realmente assim?

Desenvolvimento em pessoas com problemas de desenvolvimento
Quando conhecemos alguém utilizamos o processo de categorização para a integrarmos numa categoria por nós conhecida. Posteriormente a este processo, formamos expectativas, isto é,  inferências acerca do sujeito, do seu futuro, do seu comportamento e dirigimos o nosso comportamento nesse sentido. Quando se trata de alguém com problemas de desenvolvimento é vulgar colocarmos a pessoa na categoria dos "coitados" e termos expectativas relativamente baixas. No entanto, este pode ser um tipo de abordagem focado na estagnação que conduz os nossos comportamentos à promoção da doença e não à promoção da saúde. Existem casos como o de Nick Vujicic que nasceu sem braços e sem pernas, Helen Keller que era cega e surda, postais de Natal pintados por pessoas sem mãos, autistas com vidas relativamente normais, bem como outros por nós conhecidos que sabemos terem conseguido suportar os seus limites pela força, persistência, paciência e coragem de arriscar para além da doença na sua capacidade de perceberem aquilo que existia dentro de cada um e retirarem o melhor de si.
A família tem um papel extremamente importante a este nível pois quando a família passa a agir em função da doença deixa de existir abertura para que a criança se expresse e acaba por se viver um ciclo vicioso em que apesar de se querer inclusão e progressos estes tendem a não aparecer. Sartre, filósofo Francês refere que "O que importa não é aquilo que fizeram de ti, mas o que vai fazer com o que fizeram de ti". Interessa dar abertura suficiente à criança para que ela seja ela própria com as suas características especiais e não considerarmos o futuro destas crianças predestinado assim que se descobre que têm algum problema de desenvolvimento.
Hoje em dia esta visão tem sido alargada e já existem claros progressos na inclusão e valorização das crianças com problemas de desenvolvimento, ainda assim, tal como qualquer outra mudança, exige tempo para que as pessoas percebam que para além da doença diagnosticada existe um ser que pode igualmente crescer e se desenvolver dentro dos seus parâmetros individuais. Albert Einstein tem uma frase interessante "A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar"superado". Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la" (Albert Einstein)


*http://www.scielo.br/pdf/jped/v79s1/v79s1a05.pdf








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